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Benefício da aposentadoria rural ajuda mãe de nove filhos



Os tempos são modernos, até para quem mora em lugares mais distantes dos centros urbanos. Mas essa realidade é atual. Não faz tanto tempo assim que a luz que chegava nas comunidades rurais no Sertão de Pernambuco era a de vela ou lampião. O tempo, como se diz por lá, se arrastava, sem pressa. As noites ganhavam mais beleza com um céu povoado de estrelas que embelezavam e que até hoje poetizam o luar do Sertão.

A vida simples costuma tornar as pessoas também mais humildes, e desnecessárias de tantas informações que circulam na mídia. Foi num tempo assim, de noites estreladas e onde o som do rádio de pilha trazia as informações, que dona Josefa Barbosa, 55, nasceu, cresceu e formou família. E que família. Uma prole de nove filhos. “Todos nascidos e bem-criados”, diz com um largo sorriso. Mas salário-maternidade não recebeu de nenhum.

A Lei nº 8.213/91 que instituiu o salário-maternidade, não foi uma realidade para ela. “Eu nem sabia que existia. A mulher que fez do campo a sua profissão, teve duas barrigas de gêmeos. O filho mais novo, tem hoje, 26 anos. O direito à licença-maternidade está previsto no artigo 7º, inciso XVII da Constituição Federal, de 1988. A Licença maternidade ou licença-gestante é um benefício de caráter previdenciário garantido pelo artigo 7º, inciso XVIII da Constituição Brasileira, que consiste em conceder à mulher que deu à luz licença remunerada de 120 dias. Para garantir o valor liberado pela Previdência Social é necessário comprovar as atividades rurais por meio de documentos como certidão de casamento, escolaridade e até mesmo com fotos.

A aposentada não usufruiu do benefício, mas esbanja com muita satisfação a condição de ser, desde maio, uma aposentada rural da Previdência Social. Desde os 10 anos de idade aprendeu o cultivo do feijão, milho, mandioca. Moradora do Sítio Santo Antônio, no município de Carnaíba (PE), fez da roça a sua profissão. Como o lucro depende da colheita passou por algumas necessidades, mas afirma que hoje, o que recebe da aposentadoria garante uma quantia certa todo mês. “É bom demais. Já mudou muita coisa, até na alimentação. É um dinheiro que chega certinho e que me ajuda com as despesas. O lucro com as feiras não está tão bom”, conta.

O que planta na roça, sai para a venda direta ao consumidor. Dona Josefa, participa de feiras na região e leva seu produto, livre de agrotóxicos, para a mesa do consumidor. Para ela, o momento mais temeroso foi passar pela entrevista do INSS. “Estava com medo, mas não foi ruim. Respondi tudo direitinho e mostrei meus documentos. Logo depois saiu minha aposentadoria, graças a Deus”, agradece.

Ela diz que nem imaginava uma tranquilidade assim depois de longos anos de trabalho. A humildade que vem desde a origem permanece fiel. O que mais deseja para o futuro é ver a família aumentar ainda mais, com a chegada de mais netos, continuar trabalhando, e, claro, recebendo todo mês sua aposentadoria rural. ” A vida se faz na simplicidade e sou muito agradecida pelo que tenho”, destacou. (Denise Martins – ACS/PE)

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