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Deise e Lourenço: Reabilitação Profissional permite o retorno dos segurados ao mercado de trabalho


“É como andar de carro novo”, afirma Deise Maciel de Oliveira, de 33 anos, ao comparar a sua prótese antiga com a nova que receberá do Programa de Reabilitação Profissional do INSS. Na sexta-feira (30), Deise tirou as medidas para a confecção da nova prótese, que será adequada às suas necessidades pessoais e profissionais. “Isso vai mudar minha vida completamente”, conta a segurada.

O objetivo do Programa de Reabilitação Profissional do INSS é dar ao trabalhador, afastado das suas atividades em razão de lesões decorrentes de um acidente ou doença, condições de retornar ao mercado de trabalho e garantir o próprio sustento e da família. Esse retorno pode ser na mesma profissão que exercia ou em outra que possa exercer.

Quando tinha apenas um ano de idade, Deise teve osteomielite, uma inflamação nos ossos, provocada normalmente por bactérias ou fungos. Em razão dessa doença, precisou remover um dos ossos do pé direito. Até os 18 anos, Deise conseguia andar tocando o chão apenas com a ponta do pé. Foi quando fez outra cirurgia, implantando parafusos e platina para corrigir o movimento. Dez anos depois, o corpo rejeitou os implantes e a solução encontrada foi amputar a sua perna direita, desde o joelho.

Hoje, Deise utiliza uma prótese que não lhe permite retornar ao trabalho. Deise é auxiliar de produção e movimenta-se muito ao longo do dia. A prótese fornecida pela Reabilitação Profissional será mais resistente, adequada a sua rotina e a sua atividade profissional. A segurada não vê a hora de receber a prótese e poder voltar ao trabalho.

Após inscrito no Programa de Reabilitação Profissional, o segurado é avaliado quanto ao grau da lesão, o grau de instrução e os seus interesses profissionais e pessoais. Com base nessas informações, ele receberá, de um profissional do INSS, orientações com o objetivo de se capacitar para voltar ao trabalho.

Em alguns casos, o INSS encaminha o segurado para concluir o ensino fundamental e médio, para, posteriormente, indicá-lo para um curso profissionalizante. Quando necessário, a Reabilitação Profissional também prevê o fornecimento de auxílio-alimentação e auxílio-transporte, para que o segurado possa se deslocar até os locais onde os cursos são fornecidos e concluir o programa.

O caso de Deise é acompanhado pela Reabilitação Profissional do INS

S em Cascavel, no Paraná. Até março, só na região de Cascavel, 21 segurados, que estão cumprindo com todas as orientações do programa, receberão próteses do INSS. Lourenço Miri Bolantin, de 28 anos, assim como Deisi, também faz parte deste grupo.

Lourenço mora na Reserva Indígena Palmeirinha do Iguaçú. Há 7 anos, perdeu a perna direita após um atropelamento. Apesar de já utilizar uma prótese fornecida pela Reabilitação Profissional do INSS, na última semana, tirou as medidas para fazer a primeira substituição.

A prótese auxiliará Lourenço na sua volta ao trabalho e também na conclusão dos seus estudos. O segurado conta que, além de trabalhar na reserva, está concluindo o curso superior de Administração de Empresas. Isso permitirá que, já no próximo ano, ingresse numa nova profissão.

Durante todo esse período, participando do Programa de Reabilitação Profissional, Lourenço foi atendido pelas assistentes sociais e demais profissionais do INSS, e recebeu o benefício do auxílio-doença. Importante lembrar que, o benefício do auxílio-doença só é mantido se o segurado cumprir com todas as etapas e orientações do programa, fazendo todos os cursos sugeridos, inclusive de conclusão do ensino fundamental e médio, quando for o caso. Caso não cumpra com todas as fases da reabilitação, o benefício é suspenso.

Após concluir a reabilitação, o segurado recebe do INSS um certificado, indicando quais atividades esta apto para exercer. Essas atividades sempre condizem com seu estado físico, de forma que não ocasionem o agravamento da sua lesão.

O reabilitado poderá concorrer às vagas de emprego da chamada Lei de Cotas, que regulamenta a contração de pessoas com deficiência pelas empresas. A lei prevê que toda a empresa privada, com mais de 100 funcionários, deve destinar de 2% a 5% das suas vagas para as pessoas com deficiência.

Há também a possibilidade de um treinamento em serviço, onde uma empresa parceira recebe o reabilitando por um período de 30 dias, que pode ser prorrogado. Durante esse período, o INSS mantem o pagamento do auxílio-doença e não há qualquer ônus para a empresa. O período de treinamento serve para o reabilitando aprender uma nova função e avaliar se a atividade é adequada para a sua condição. Posteriormente, a empresa poderá efetuar a contratação.

A Reabilitação Profissional do INSS oferece aos segurados novos caminhos, possibilidades e oportunidades. Para aqueles que ainda não conhecem o programa, Deise aconselha: “tem que conhecer e experimentar. Dá certo para todo mundo, as pessoas são ótimas, muito atenciosas e treinadas para isso. A Reabilitação Profissional do INSS é tudo de bom!” (Daniela Dalbosco – ACS/PR)

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